26/01/2021

O que é a Antropologia forense?

Definição
A palavra antropologia deriva das palavras gregas Anthropos (humano) e Logia (estudo), que significa o estudo da humanidade. É um campo amplo, com uma de suas subdisciplinas sendo a antropologia biológica, que compreende o estado da evolução e da diversidade dos primatas, especialmente a linhagem humana.

As Ciências Forenses atuam no processo de geração e/ou transferência de conhecimento cientifico e tecnológico em cada um dos ramos das ciências naturais, com a finalidade de aplicação na análise de vestígios, visando a responder questões científicas de interesse da Justiça.

A junção das duas definições leva-nos à Antropologia Forense (AF), que começou por ser a aplicação do conhecimento e das técnicas da Antropologia Biológica aos problemas de significância médico-legal. Hoje, a AF é uma disciplina autônoma e uma das grandes Ciências Forenses a qual pode, entre outros objetivos, atuar diretamente na elucidação de atos criminosos.

(imagem 1)

Não obstante, a definição de AF vem evoluindo: previamente compreendida como vocacionada para a identificação humana, agora também é convocada a esclarecer circunstâncias de violência e violação de direitos humanos.

Ainda, cada vez mais antropólogos forenses têm sido chamados a analisar situações que não sejam restos humanos esqueletizados, como corpos carbonizados ou corpos em estado avançado de decomposição em diferentes contextos.

Esses profissionais também são solicitados a identificar os indivíduos indocumentados vivos e vítimas de violência de diversos tipos. O crescimento e a especialização da AF são influenciados por distintos campos das Ciências Forenses, que necessitam ser integrados para atingir seu objetivo.

 

Desenvolvimento da Antropologia Forense

Notório foi o desenvolvimento da AF, uma das Ciências Forenses que mais se desenvolveu no último quarto de século. Sua capacidade de fazer pontes com outras disciplinas e o seu contributo inegável para a resolução de muitos casos forenses fazem dela uma ciência necessária.

Hoje, em pleno século XXI, possui um corpo científico próprio e um vasto leque de especialistas certificados. Suas maiores contribuições são a devolução da identidade aos remanescentes humanos em adiantado estado de decomposição e/ou esqueletizados e a interpretação das lesões traumáticas ósseas, um aporte crucial para o conhecimento da causa, do mecanismo e da maneira como ocorreu a morte.

(Imagem 2)

A versatilidade e a capacidade de adaptação desta disciplina a novos contextos beneficiam a investigação que tem sido feita nesta área, fundamentalmente em resposta às grandes questões problemas sociais atuais.

Fonte: Tratado de Antropologia Forense Fundamentos e Metodologias aplicadas á pratica pericial, Cap 1 e cap 2- Alexandre Deitos/ Carlos Palhares/ Eugénia Cunha/ Melina Calmon/ Eveline Pessoa/ Carlos Palhares/ Alexandre Deitos